Como tudo começou
Tudo começou com uma pergunta simples:
Como podemos fazer o Natal chegar também àqueles que vivem longe das luzes da cidade, mas perto do coração da terra?
Há vários meses, uma equipe de voluntários, sonhadores e amigos decidiu realizar uma campanha de Natal diferente: não apenas com presentes, mas com presença, escuta e respeito. Nosso destino: as comunidades campesinas do Vale Sagrado dos Incas, onde a vida transcorre entre montanhas, cultivos ancestrais e uma cultura viva que merece ser acompanhada, não apenas visitada.
Com humildade, começamos a tecer alianças, coletar doações e planejar cada detalhe com o objetivo de fazer desta um Natal autêntico, digno e significativo para quem o receberia.



A acolhida da comunidade
Ao chegar nas comunidades —entre elas Huayllabamba, Patacancha e Maras— fomos recebidos não como forasteiros, mas como irmãos. Os moradores nos abriram suas casas, compartilharam seu tempo, suas histórias e, sobretudo, sua confiança.
Eles nos ensinaram que o Natal ali não se celebra com luxos, mas com comunidade, fé e gratidão. As crianças corriam pelas ruas de pedra com alegria, as mães preparavam papa com queijo e nós preparamos chocolates quentes para compartilhar, e os anciãos nos lembraram que “a verdadeira riqueza está em compartilhar”.
Essa acolhida nos marcou profundamente. Não éramos apenas os que davam… éramos também os que recebiam: lições de vida, de resistência e de amor coletivo.



Como a campanha foi realizada
Durante os dias que antecederam o Natal, organizamos uma jornada de entrega comunitária em cada povoado. Com a ajuda de líderes locais, identificamos as famílias em situação de maior vulnerabilidade —especialmente lares com crianças, idosos e pessoas com deficiência.
Cada família recebeu um Kit Natalino Integral, que incluía:
- Alimentos não perecíveis (arroz, açúcar, óleo, leite, etc.)
- Roupas quentes e calçados para o frio andino
- Brinquedos artesanais e materiais escolares para as crianças
- Produtos de higiene e cuidado pessoal
Porém, além da entrega, criamos espaços de celebração:
- Canções natalinas bilíngues (em quíchua e espanhol)
- Oficinas de Natal para crianças com materiais reciclados
- Intercâmbio de saberes: os comunitários nos ensinaram a fazer enfeites com palha e folhas, e nós compartilhamos brincadeiras e canções
Tudo foi realizado em conjunto, respeitando os ritmos, costumes e o profundo significado espiritual que o Natal possui nestas terras..



As palavras de quem vivenciou
“Nunca tínhamos tido um Natal assim. Não só pelos presentes, mas porque dava para ver que vocês vieram com o coração. Meus filhos dormiram felizes, e eu, com esperança.”
— Dona Rosa, mãe de três crianças, Patacancha
“Obrigado por não se esquecerem de nós. Aqui, no alto, às vezes sentimos que o mundo nos olha de longe. Mas vocês nos olharam nos olhos.”
— Seu Hilário, ancião de Huayllabamba
“O brinquedo que me deram vou guardar para sempre. Mas o que mais gostei foi quando cantamos juntos.”
— Lucas, 8 anos, Ampay
Estas palavras —e muitas outras— são o nosso maior presente. Porque não se trata de salvar ninguém, mas de caminhar juntos.
Obrigado, de coração
Este sonho foi possível graças a:
- Cada pessoa que doou, por menor ou maior que tenha sido sua contribuição
- Os voluntários que caminharam quilômetros com caixas nas costas e sorrisos no rosto
- As autoridades comunitárias que nos abriram as portas com sabedoria e generosidade
- E, sobretudo, as famílias do Vale Sagrado, que nos lembraram o que realmente significa o Natal
Onde há amor, há Natal.
E no Vale Sagrado, o amor floresce mesmo nos dias mais frios.
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